terça-feira, 16 de agosto de 2011

A Morte De Deus! Por Rômulo Soares Albuquerque Com Música Composta por Bill Conti; Letra Rômulo Soares Albuquerque

A Morte De Deus!
                                                  Por Rômulo Soares Albuquerque
romulo para blog
Não mentirei. Ao fitá-la nos olhos imaginei-a despida, caminhando em minha direção, aproximando-se de meu corpo nu, sedento pelo seu toque; insano pelo seu cheiro, obcecado pelo que estava a sentir.
Os gestos e sons que de tua boca partiam, naquele instante não eram por mim vistos ou ouvidos. Conseguia sentir, entretanto, o toque suave de seus lábios e o calor de sua respiração aproximar-se lentamente de minha genitália, perdendo-se em movimentos sincronizados, que aumentavam suas pulsações, e o prazer que a ti conferia, ao perceber meu desejo materializado em odor, gosto e calor.
Sim, foram segundos, não importam quantos, mas o suficiente para um filme de tamanho duplo por minha cabeça passar. Suas expressões mudavam à medida com que a suavidade de minha língua umedecida, percorria o bico do teu seio, enquanto o outro agradecia a alternância entre carinho e apertos por vezes incontidos, que a fazia gemer de prazer. E mesmo no êxtase, conseguia lembrar as curvas perfeitas de seu corpo, que eram responsáveis por delinear a firmeza e esplendor de todo seu bumbum.
Continuava a olhá-la. Naquele primeiro encontro de nossos olhos fiz, literalmente amor com aquela mulher. Disse que serias minha, que não mediria esforços para tê-la em meus braços em momentos únicos, por nós jamais vividos. Com ela a loucura de um desejo insano, a satisfação e alegria de vê-la delirar de forma indescritível, incomparável, inimaginável. Desbravando caminhos, preenchendo vazios de uma mulher sem igual. Observei a voracidade de seu querer quando liberou fluidos de prazer, diminuindo o pulsar de seu coração. Entretanto quis tudo, menos que parasse os movimentos de meu corpo sintonizados com os seus. Ela parecia buscar o jorrar de meu jato quente, para jamais reencontrar o vazio que não mais existia, pois sentia-se preenchida como fêmea, mulher amada e amante.
Sorri ao ver seu espanto quando mais uma vez deparou-se com a explosão de meu desejo, molhando tua boca e doando um brilho inigualável aos seus lábios, que propiciava-lhe a sensação singular de possuir minha mais profunda intimidade dentro de si, em lugares diferentes, não menos prazeroso. Sorri novamente quando tomada de espanto contemplou esse já conhecido desejo, agora a escorrer por suas pernas, advindo, dessa vez, de um lugar jamais visitado por outrem.
Mas se quer a conhecia E se fosses casada E se estivesse apaixonada? E se tivesse filhos? E se... Entretanto seus olhos mostravam que nada nos impediria, obstaria ou resistiria aquele sentimento que sem ela perceber tomava conta de seu coração.
Deus, pai, como eu queria encerrar esse, afirmando ter vivido tudo o que senti naquele olhar. O amor brotou, aflorou e mostrou todo seu encanto e beleza, não vindo porém, a suportar fatos e situações adversas que sobrepuseram-se ao maior e mais belo de todos os sentimentos. O que vivi lembra uma vida ceifada em plena juventude. Como visto naquele olhar, amamo-nos, entregamo-nos, doamo-nos cada vez de forma mais sublime; de maneira mais profunda e verdadeira. Pressa era algo desconhecida por nós. Bastávamo-nos e nada nos fazia falta quando juntos estávamos.
Explicações, justificativas, culpas, para que perseguí-las ou encontrá-las? Meu líquido quente não adentrou por todos os lugares por mim avistados em nosso primeiro olhar. Sua boca também não chegou a transbordar. Havia muito, muito de mim ainda a lhe entregar. Mas não posso dizer que não nos amamos, que não vivemos cada segundo que a vida nos permitiu quando juntos estávamos. Lembranças, guardo-as todas, revivendo com frequência as melhores. Fui único e inesquecível em sua vida, hoje não tenho mais dúvida; Entretanto essa certeza não preenche o vazio de tudo que vi em seus olhos e não vivemos. Não me pergunte do vazio dela, porque a cada letra e palavra escrita, mais difícil é manter a distância. Prefiro crer que me esquecera e que é feliz em um mundo encantado. Mas nós dois sabemos que o amor verdadeiro é imortal. Então me lembro de Deus, e vejo que ele não é o herói que pensava ser. Heróis são invencíveis e imbatíveis. Deus é amor. Dessa vez o amor não prevaleceu. Deus está morto.
Muitas músicas me fazem desse amor recordar. Uma, com a qual me identifico até uma letra me fez criar. Assim nasceu a letra da música instrumental Lock UP Do compositor Bill Conti.
Eu sei que aqui você não está
Música Instrumental de Bill Conti
Letra de Rômulo Soares Albuquerque.
Como fazer? O que fazer? Tento, mas sei que sem você não terei sorrisos para viver. Me diz, me ensina, mostra-me o caminho a percorrer.
Diz, diz que um dia vai voltar, que o sonho é real; que a criança em mim ainda existe e que Deus não morreu, que está vivo e um dia vai voltar.
Lembra-se da tua mão na minha, na firmeza com que a segurava, na certeza de que trêmulas, envelhecidas e calejadas elas segurariam uma à outra?
Acredita no sonho? Não sei viver sem sonhar. Mas o que sei é que... Mas o que sei é que...
Aqui você não está, ao meu lado você não está
Aqui você não está, ao meu lado você não está
Quem sabe numa dessas voltas da vida, essa mesma vida traga você para mim.
Para ser sincero nem mesmo o sonhador nisso consegue mais acreditar!
Mas é só dessa vez, juro, me deixa tentar.
Então me dou conta que não tenho você,
Que não está ao lado, nem minha mão vai segurar.
Por vezes então, desespero-me pelo vazio das respostas, pela falta de explicação, pelos motivos inexistentes e sangro, sangro muito sem parar.
Vejo então teu olhar. Tão lindo, tão belo, por instantes faz meu coração se acalmar
Mas aqui você não está, mas aqui não está
Eu sei, amanhã é um novo dia e quem sabe nossa história possamos reeditar.
É quem sabe... É difícil acreditar
Não sei se consigo fingir, viver mentiras e de mentiras sobreviver
Então encaro a verdade. Dói. Mas não há como dela escapar.
Eu sei, eu sei que aqui você não está, aqui você não está
Por vezes então, desespero-me pelo vazio das respostas, pela falta de explicação, pelos motivos inexistentes e sangro, sangro sem parar. A dor persiste, meus gritos ecoam no escuro, a loucura parece amiga, e amiga dela por instantes quero ficar
Assistes ao meu fim paciente, complacente? O que ou quem você é? Será, será que não desconfiou, que nasci e para terra vim; vim para viver o nosso amor?
Então encaro a verdade. Dói. Mas não há como dela escapar.
Eu sei, eu sei que aqui você não está, aqui você não está