terça-feira, 15 de dezembro de 2009

EM NOME DO BEM, DA BONDADE E DO AMOR AO PRÓXIMO, AMÉM! Por Rômulo Soares Albuquerque

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Como seria o mundo se as pessoas falassem menos de Cristo e fizessem um pouco do que ele pregara? Vejo homens santos, no direito de julgar e condenar em nome de Deus, esquecendo-se de plantar e semear o bem. De que adianta fazer vigília e desejar mal ao próximo. Para que o adúltero (a) rogar perdão ao padre no domingo, já pensando no encontro extraconjugal da Segunda. Terços, orações, horas em culto. Em suas medíocres cabeças, esse é o caminho para, no "PARAÍSO" serem abençoados. Acham que a reza é a salvação e apenas o louvor leva-nos ao perdão. Esquecem-se do principal mandamento divino “AMAI AO PRÓXIMO COMO A TI MESMO”, e com arrogância e prepotência acham-se divinos e superiores. Será que somos melhores que outrem? Porque não aprendemos a viver mais atento a própria vida, do que de olho na alheia. Porque propagar o mal, gerar intrigas? Porque isso tanto agrada ao ser humano. E se esse pecador, que adora propagar maldade viver falando, segundo ele, em nome de Deus, com a bíblia no braço, fará dele um ser humano melhor? Não sei. Sinceramente não sei muita coisa, quiçá só saiba uma, e nela norteie minha vida: “Devo fazer o bem, olhando para meus atos e atitudes, sem julgar nem condenar o semelhante e pouco me preocupando sobre o que pensam de mim”. Certo dia, perguntaram-me se o fato de não preocupar-me com o julgamento alheio não seria uma atitude arrogante e egoísta. “Parei, olhei, pensei e disse: “Não posso preocupar-me com pessoas que não existem para mim” Um dia, em um texto escrevi sobre o perdão, dizendo algo do gênero:” O perdão é benéfico a quem perdoa, pois, a mágoa e o rancor mostra apenas o quão mal lhe faz o fato de não saber perdoar. Aquele que lhe causara mal, rapidamente esquece que você existe, e você, feito um "asno" continuará a nutrir ódio, rancor e sentimentos negativos. Inteligente é quem sabe perdoar” Porque será que estou a escrever sobre isso, se já passam das 10:00 da noite? Talvez porque os perdoados, não sabendo que os perdoei, atacam os que amo, já que, por não existirem em meu mundo, seus atos e ofensas passam por mim desapercebidos. Que loucura, não? É; talvez seja louco, afinal, falo verdades; Não tenho nada a esconder. Apenas o que sei fazer é viver. Viver verdadeiramente, intensamente. Gosto de sexo com a minha esposa, amo a ela e a minhas filhas, meus pais e claro, gosto de Coca-Cola. O que fazer, se isso me basta? Sou amado por quem normalmente a vida obriga a mar: Meus pais. Sou amado por quem não tem obrigação de me amar, já que me amam não por laços sanguíneos, mas como consequência de meus atos e atitudes, pois minhas filhas amam-me pelo o que verdadeiramente sou. Se, sou tudo e um pouco mais para minha esposa. Sinceramente, sou, estou e sempre estarei feliz. Não preciso do álcool, das drogas de muito dinheiro. Será que sou culpado pelo dinheiro vir até mim, mesmo que ele não esteja em minhas prioridades? Ah, reconheço, sou “colcólatra”. E daí? Sou culpado se, nas endoscopias que fiz para satisfazer os que amo, o resultado mostra um estômago perfeito? Tenho culpa por ter 32 anos, e rosto de 24? Se saúde tenho para essa vida e mais umas seis? Se, assim como o vinho, mais velho, mais bonito me torno? Se quando quero, consigo, como quando desejei perder metade do meu peso? Nada contra as barrigas e os gordinhos, mas não quis isso para mim. Será pecado? Mas, acredito sinceramente que, toda essa maravilha é constante em minha vida, por optar não matar a criança existente em mim. Você consegue lembrar-se do seu “eu” criança? Já pensastes em fazê-lo renascer? Já tentou trocar o copo de cerveja, cachaça por mais tempo sóbrio com seus filhos e esposa? Se puderem evitar a coca-cola, evitem! O fato de até hoje não ter-me causado mal algum não quer dizer, sobremaneira, que ela faz bem. Mas entre ficar a observar 22 homens em campo correndo atrás de uma bola, enchendo a cara porque o time perdeu, ou, porque o time ganhou; entre entregar-se constantemente ao pecado da gula; entre, perder tempo falando mal dos outros; entre cultivar ódio e inveja; sinceramente, prefiro a Coca-Cola. Se preferisse água seria perfeito. Mas nunca disse que a perfeição era meu objetivo maior.

“Esse texto é dedicado a todos aqueles que ao lê-lo, de alguma forma nele se encontrou. Se isso aconteceu, não tenha raiva, porque sempre podemos mudar quando verdadeiramente queremos; ademais, você perderá seu tempo com a raiva sentida, pois para mim, você que insiste em ser assim, como é, não existe para mim.”

                                                                   Rômulo Soares Albuquerque

quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

QUANDO OLHO PRA MIM!

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Vejo a criança de sempre que optei por não matá-la

Um sonhador, como Ícaro, mas que acredita poder tornar os sonhos realidade.

O menino a não entender tanto sofrimento e maldade no coração das pessoas.

A vontade de não ser apenas mais um a ver a História passar, mas que ousa em querer fazer História.

O menino-homem com sensibilidade para sentir, tocar e modificar a alma de uma mulher.

O eterno insatisfeito consigo próprio, buscando aperfeiçoar-se cada vez mais.

Vejo também medos e lembro dos momentos difíceis.

Sinto, por vezes, a lágrima brotar, e sem orgulho machista, deixo-a a rolar por meu rosto, mostrando a maré sentimental que sou.

O subversivo que a tudo questiona e nada aceita por aceitar.

O compreendido e incompreendido que a cada dia, cada sol, vai, devagar, lutando por si e pela vida dos conhecidos ou não.

De tudo, ou quase tudo já provei. Da depressão, à euforia. Do niilismo profundo à imensidão do mar. Aprendi que muitas coisas nos cabem, menos o poder de julgar.

Quem sou eu? Sinceramente? não sei! Antagônico, contraditório, ferino, sarcástico. Quem disse que quero ser amado? Quem disse que não?

Onde está a bula, o rótulo, assim é mais fácil nos identificar. A minha fiz questão de rasgar.

Quando verdadeiramente olho para mim, acho que posso fazer mais. Posso me doar mais. Assim como todos vocês podem. Somos imperfeitos, mas a busca constante pode ser a perfeição. Ou será pecado. Até quando nos castraremos e nos digladiaremos defendendo dogmas que geram preconceito e desunião. Porque temos sempre que nos comparar à pessoa ao lado? Deixemo-la viver, deixemo-la em paz.

Paz. Paz. Quem não precisa de Paz! Às vezes distante, parece inalcançável. Quiçá, se olharmos para dentro de nós a encontremos. Quiçá até encontremo-nos. Então conheceremos a felicidade. Pelo menos, a nossa felicidade. É o bastante, não?

       Rômulo Soares Albuquerque