terça-feira, 13 de março de 2012

Tributo à Nossa Bondade – Um Texto De Rômulo Soares Albuquerque

RTOMSN Vamos enaltecer nossa constante hipocrisia; fingirmos ser felizes com a felicidade alheia e não vibrarmos com desastres, mortes, tormentas vividas pelo nosso semelhante. Continuemos a fingir, a mentir para nós mesmos, que por vezes nos arrependemos pelo mal causado a outrem; Vamos todos juntos na missa, no culto nos encontrar, buscar alívio para nossas consciências que atormenta e as vezes dela não conseguimos escapar. Vamos aclamar santos, vamos defender bandeiras, católicos, Protestantes, Cristãos, Maomé, Buda, mandamentos sempre certos, não podendo questionar a razão. Prossigamos cheio de temor, medo de nosso pai e Senhor, pois ele quer de nós joelhos rasgados, atos de penitencia, ver-nos humilhando-nos em busca do perdão. Isso é muito pouco, sinto falta de minhas lutas, minhas guerras, do sangue jorrado ao chão, então, atento, busco inimigos com atenção, bastando que não coadunem com meu pensar, bastando ser de outra crença ou religião. Vamos confessar nossos pecados aos Padres que infringem a natureza humana, do desejo, da libido, da procriação assim seremos perdoados, não importando que tenha sentido ou não. Sempre te procuro e te encontro, quando triste em depressão em cultos, pagando promessas te reencontro, estás sempre algo a pagar, a comprar, fingindo sempre acreditar que tudo, mesmo o perdão podemos assim possamos alcançar. Vamos fingir acreditarmos em tudo que ouvimos sobre um mundo inexistente, a realidade não interessa pelo menos aos presentes. Meus amigos os encontro em baladas de bar em bar, pois na missa, pois no culto é lugar pra se rezar. Repitamos automatizadas, contínuas orações, o medo de nós se apropriou, a necessidade de uma crença faz-se presente para a fuga, pouco importando as razões. Acaba a missa, finda o culto, nenhuma palavra a mais; todos para casa, dever cumprido, agora é seguir em frente sem olhar pra trás. Hoje recebo o corpo de Cristo, em forma de hóstia sagrada, por uma igreja assassina, que se auto intitula de santa, nas orações criadas, quiçá por um ateu, vez que todos podem criar menos o próprio Deus. Vamos fingir que a indiferença para com o próximo não é cada vez maior, que mudamos todo dia, mudamos sempre para melhor. Quando nisso eu não conseguir acreditar, antecipo o sermão, o culto, a presença na vigília, qualquer coisa que não me faça pensar. Agora, forte novamente estou cheio de forças pronto para atirar, naquele ateu nojento, alguém que eu possa com apoio de outros apedrejar. Enquanto outros eu firo, não sinto por dentro o sangue derramar, pelo mal que sempre faço, buscando outro acusar. Mas sei que um dia meus olhos vou fitar, sem fraquezas, não, não, dessa vez não irei fugir, vou meus monstros enfrentar. Seremos todos bem melhores, preciso assim pensar, dessa vez será de verdade, pois se errar o mal eu fizer, terá sido sem maldade, sem meu querer consciente, conseguindo eu mesmo, sozinho, feliz me perdoar. E só existirá amor, paz e verdade. Muito amor, muita paz, muita verdade.

                                                                                                                     Rômulo Soares Albuquerque

segunda-feira, 5 de março de 2012

Deixem-no Entrar Por Rômulo soares Albuquerque

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Deixem-no Entrar Por Rômulo soares Albuquerque

Mais uma vez estamos aqui, frente a frente.

É meu pior inimigo; único capaz de me derrotar; mas não dessa vez; não dessa vez e nenhuma vez mais irá triunfar.

Então, firme, forte, enfrento-o... Não me deixo levar por suas dissimulações... Como quem nada quer te aproximas tão vítima, buscando com que me apiede de ti. Dessa vez não terás minha atenção. Passas direto, não ousa fitar-me, meus olhos não fogem dos teus, tu bem sabes, tu bem os teme. Sim, sabe quem sou destarte tenta beneficiar-se de minhas fraquezas, medos, monstros e incertezas. Conhece-me muito bem, mas ousara desafiar-me, e não deixarei com que tua alma gananciosa, puritana, medíocre e covarde dite qualquer ordem. Suas tentações serão por mim ignoradas, pois sei o que queres. Buscas meu querer, o controle de meus atos, substituindo-os pela falta dos mesmos. Mas dessa vez vai ser diferente. Sempre vai ser diferente.

Longe de ti sigo sem para trás olhar. Cabeça erguida, medo sim, mas fraqueza dessa vez não encontrará. Estou pronto. Pronto para viver, sofrer e amar. Quando cair, ralarei os joelhos, engolirei areia, minha visão turva estará, mas seguirei em frente, pois isso é o que difere o verdadeiro vencedor. Não olharei para mim como a vítima da vida, todos têm aventuras, desventuras, frustrações... Mas se se tem a consciência de que tudo que pelo qual nossa vida atravessa tem o propósito inquestionável de nos fazer crescer, conseguimos suportar as pancadas que a vida sempre nos dar; a cada golpe por meu corpo absorvido, por mais que os olhos cheios de lágrimas se encontrem, é com um sorriso, um afago, um beijo verdadeiro cheio de amor que os retribuirei do fundo d’minha alma. Aproximar-me-ei de quem estender a mão pedindo ajuda; E também daquele que por orgulho silenciar. Não esperarei gratidão pelos meus atos, nem de ninguém cobrarei por nenhum bem que julgue ter feito, pois o farei de coração. Não farei somente pelo outro, mas, sobretudo por mim. A felicidade que toca nossos corações, ao agirmos desprovidos de segundas intenções, nos faz crescer, nos faz sorrir e vencer. É esse quem sou; um verdadeiro vencedor.

Aquele menino triste, tímido de outrora jamais existirá, pois alerta, firme, de cabeça erguida sempre estarei. E aquela menina doce que a mim conquistou; Medo, insegurança, não sabe, quiçá não soubesse o que o amor. Sem julgamentos, arrogância, de quem tudo sabe, ou mesmo sequer amou... Hoje talvez a descoberta; que minha vida norteará deixando-me sempre alerta, de que a verdade talvez seja o prisma ao qual vemos a realidade, sempre a nos favorecer, quiçá por sermos covardes, de trazermos a nós mesmos a responsabilidade, da decisão de nosso destino, do caminho a ser seguido sem nenhuma, nenhuma, auto piedade.

Essa é a minha vida; não te iluda da tua vida não é tão distante. As batalhas contextualizam-se, mas a luta eterna eterniza-se. E como eu, ao fim triunfarás se despido de arrogância e pudor seus medos ousar enfrentar, pois é forte e com a bondade poderá fortalecer-se, para nas águas do rio Felicidade banhar-se. E, rir feito criança, deixando de lado todo o mal que te ensinaram a pensar, do mundo onde pelo qual não vale a pena lutar. E, se ao final de uma batalha cansado, desmotivado, estiver, olha, olha para o céu ao deitar... Verá estrela, luas, infinitas mágicas a brilhar. Mas se firme olhar sentirá, a presença de algo maior de teu coração se aproximar. É Deus, teu pai, batendo á porta; vai, deixem-no entrar.

                          Deixem-no Entrar Por Rômulo soares Albuquerque