quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

O AMANHÃ LIBIDINOSO POR RÔMULO SOARES ALBUQUERQUE

O Amanhã Libidinoso

Por Rômulo Soares Albuquerque

Tem momentos que apenas deixamos passar o tempo;

Engraçado, falo como se pudéssemos impedi-lo.

Podemos tanto. Podemos o tudo; Também o nada.

Assim, vejo pelo retrovisor tudo o que eu reescreveria com minha letra mais linda;

Fantasmas do passado; vem e vão, mesmo assim tenho medo de suas presenças

Levanto-me; bebo algo, olho-me ao espelho; percebo então o reflexo de uma fissura.

Ao tocá-lo sinto o queimar da lágrima que infelizmente, visita-me acompanhada;

Não vejo mais espelhos; Agora são portais pelo tempo a levar-me a um mundo desconhecido.

Sou uma Luz que insistiu em se Manter acesa, quando todos a queriam apagada.

Sinto então o toque da onda em meus lábios, e a beleza celeste ao meu redor.

Sua água é límpida e transparente. Faz, no entanto, lembrar-me do espelho.

Então percebo que o gosto de sal não brotou da onda.

Insisto em mergulhos insanos que, agora me lembram seu beijo molhado, amedrontado.

A pureza e leveza desse beijo tornaram-me quem hoje sou;

Mas, porque o sol está gelado, esquentando meus fantasmas?

Se nada tem sentido, porque insisto em procurá-lo?

Entre embates e combates, resta-me um coração ferido;

Mergulhado em cinzas que não constroem presentes;

As cinzas que joguei ao mar são trazidas pelas mesmas ondas que minha boca beijou.

Como você o fez. Cheia de pureza, de verdade e amor.

O pecado e o libidinoso sempre fizeram minha cabeça, não a sua.

Em braços entrelaçados noites adentram; teu corpo nu junto ao meu era o retrato da perfeição da qual nunca houvera antes desfrutado.

Mas a maçã fazia-se presente; como também presente estava na História da Branca de Neve; E, como sempre, destemido, mordi tua maça prazerosamente.

Fora a fruta mais deliciosa por mim desfrutada; O destino colocara a mesma maçã em meu caminho.

Mais uma vez deixei-me levar pelo desejo, pelo apelo do pecado.

Fascinado pela história que insistia a se repetir; Tão Previsível quanto à certeza de que o bem e o mal são indissociáveis.

Ao contrário dos demais, assumo o apego ao proibido, contanto que o mesmo seja o mesmo proibido quisto por ti.

E meu amanhã será assim, essa é minha essência, isso me difere dos demais, faz-me único.

Simplesmente me aceito na intensidade das loucuras. Não busco pela cura, pois nela eu sou verdadeiramente, eu.

Na História da vida não sou o mocinho, tão pouco o bandido, sou aquele que aceitou a essência de sua índole pecaminosa.

Sem confissões, às escondidas, seguindo pela sombra vou construindo minha História.

Mas não venha com esse dedo imundo apontar-me algo, não pedi seu Parecer, não necessito de sua absolvição.

Talvez goste da Condenação, principalmente se essa levar-me a perdição que me fizestes aqui chegar.

Eu sei onde tudo isso vai acabar, você também sabe, molhados de suor sobrepondo-se ao outro, na plena entrega aos prazeres carnais.

Então, emaranhados na perdição de estarmos vivos, transcenderemos novamente, sabendo que esse momento repetir-se-á quando menos esperarmos;

Somos iguais, e você sabe disso, tendo certeza quando se cruzam nossos olhares.

Sim, fui eu que a fiz mulher; Que a fez gozar;

Mostrando-te teu instinto feminino. Fazendo-te desconhecer a razão. Mergulhando-a na ems Aoção. “Eu não preciso da razão e, você, também não.”

Rômulo Soare Albuquerque

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“Não busques explicações para tudo; para todos os instantes da vida; para tudo o que queremos e desejamos; aprendamos a viver sem tantas cobranças impostas por nosso maior carrasco; a gente mesmo”

                               Rômulo Soares Albuquerque

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

DA VIRGINIDADE AO PRAZER; TEXTO DE RÔMULO SOARES ALBUQUERQUE

original 2

 Quem disser que a virgindade feminina não esconde mistérios e fantasias masculinas estão eivadas (s) de frustrações ou idéias tão pré-concebidas quanto às que julgavam o valor das mulheres pela presença ou não do Hímen (película que caracteriza a virgindade). Sem sombra de dúvida a virgindade pode ser interpretada sob vários aspectos, mas o principal, o da pureza e inocência feminina na vida sexual é inerente à mesma. Através dessa concepção a presença da película acima descrita, em si, simboliza que a garota não teve conjunção carnal, sendo virgem, segundo nosso conceito, se não vivenciara outras práticas sexuais como a felação (sexo oral) ou o sexo anal. Destarte ouso dizer que uma mulher estuprada, violentada, ou que tenha retirado de si o hímen com o nascimento, continua a ser virgem, enquanto muitas que não tiveram a conjunção carnal propriamente dita, não mais o são. O assunto é amplo e controverso. Como na busca da igualdade entre homens e mulheres, um dos caminhos mais afetados fora a vida sexual feminina, essa prefere discriminar o assunto, rotulá-lo ou usar frases feitas, do tipo: “Virgindade é careta”. O objetivo desse não punir, nem muito menos despertar qualquer sentimento de culpa em relação aos atos passados, mas nos abrirmos para uma nova perspectiva de ver e viver a vida. A virgindade ou falta dela não pode nortear o caráter da mulher, a não ser que ela só se considere pura enquanto virgem. Atribuímos o conceito de pureza à forma e o que leva a mulher a relacionar-se sexualmente. A igualdade entre homens e mulheres não pode ser interpretada de forma: “ os homens podem , eu posso”. –Por quê? - Ora é bem simples: o homem não pode. Ele erra ao deitar-se por deitar ou deixar-se levar pela libido insana e inconseqüente. Somos animais, antes de tudo, mas não podemos usar essa assertiva para justificar o injustificável. Para fazer sexo, somos iguais; para assumirmos responsabilidades não. Isso exige da mulher astúcia. A mulher inteligente não ignora o mundo machista ao seu redor e muito menos a dose desse veneno em si. Quão freqüente é visto “feminista” convictas, cheia de orgulho por seu filho ser um “garanhão”; um “papa todas”. O próprio conceito de feminismo está ultrapassado, uma vez que o de machismo sempre o teve. Assumir a existência do “machismo” não é negar a existência de práticas e pensamentos machistas; e muito menos criando práticas feministas iguais, a mulher estará crescendo. O tempo e a análise das relações já mostram ultrapassadas essas denominações e caricaturas feitas sobre o tema. Assim, busquemos o meio termo. A sexualidade é o maior medo da juventude. Conhecê-la, está pronta para ela é conflitante. Milhares de informações antagônicas. Prazer e dor. Ereção e masculinidade. Toda uma concepção herdada geneticamente e do meio em que o indivíduo vive. Quando a sociedade acordar que, quiçá muitos problemas futuros, inclusive o da violência estão intimamente ligado a essa passagem na vida do ser humano, podemos sonhar com uma realidade melhor. E o caminho mais fácil e correto é fornecer as informações corretas, advindas não do preconceito existente nas idéias dos pais, e sim da consciência dos mesmos. Só assim poderemos mudar estatísticas tristes quanto á mãe solteiras, infelicidade, e falta de prazer sexual na mulher que, usada para satisfazer alguém preocupado consigo mesmo e sua masculinidade, acaba retraindo-se e tendo uma concepção deturpada do ato sexual. É quando a teoria e a prática se encontram, e a líder das feministas constata o ferimento deixado pela lágrima por não se sentir amada ou, até me mesmo incapaz de se sentir realizada. Aos homens uma dica: “o machão está ultrapassado” às mulheres: “vocês sabem que com carinho, ternura e verdade é bem mais simples e gostoso sentir prazer”

                             Rômulo Soares Albuquerque