O Amanhã Libidinoso
Por Rômulo Soares Albuquerque
Tem momentos que apenas deixamos passar o tempo;
Engraçado, falo como se pudéssemos impedi-lo.
Podemos tanto. Podemos o tudo; Também o nada.
Assim, vejo pelo retrovisor tudo o que eu reescreveria com minha letra mais linda;
Fantasmas do passado; vem e vão, mesmo assim tenho medo de suas presenças
Levanto-me; bebo algo, olho-me ao espelho; percebo então o reflexo de uma fissura.
Ao tocá-lo sinto o queimar da lágrima que infelizmente, visita-me acompanhada;
Não vejo mais espelhos; Agora são portais pelo tempo a levar-me a um mundo desconhecido.
Sou uma Luz que insistiu em se Manter acesa, quando todos a queriam apagada.
Sinto então o toque da onda em meus lábios, e a beleza celeste ao meu redor.
Sua água é límpida e transparente. Faz, no entanto, lembrar-me do espelho.
Então percebo que o gosto de sal não brotou da onda.
Insisto em mergulhos insanos que, agora me lembram seu beijo molhado, amedrontado.
A pureza e leveza desse beijo tornaram-me quem hoje sou;
Mas, porque o sol está gelado, esquentando meus fantasmas?
Se nada tem sentido, porque insisto em procurá-lo?
Entre embates e combates, resta-me um coração ferido;
Mergulhado em cinzas que não constroem presentes;
As cinzas que joguei ao mar são trazidas pelas mesmas ondas que minha boca beijou.
Como você o fez. Cheia de pureza, de verdade e amor.
O pecado e o libidinoso sempre fizeram minha cabeça, não a sua.
Em braços entrelaçados noites adentram; teu corpo nu junto ao meu era o retrato da perfeição da qual nunca houvera antes desfrutado.
Mas a maçã fazia-se presente; como também presente estava na História da Branca de Neve; E, como sempre, destemido, mordi tua maça prazerosamente.
Fora a fruta mais deliciosa por mim desfrutada; O destino colocara a mesma maçã em meu caminho.
Mais uma vez deixei-me levar pelo desejo, pelo apelo do pecado.
Fascinado pela história que insistia a se repetir; Tão Previsível quanto à certeza de que o bem e o mal são indissociáveis.
Ao contrário dos demais, assumo o apego ao proibido, contanto que o mesmo seja o mesmo proibido quisto por ti.
E meu amanhã será assim, essa é minha essência, isso me difere dos demais, faz-me único.
Simplesmente me aceito na intensidade das loucuras. Não busco pela cura, pois nela eu sou verdadeiramente, eu.
Na História da vida não sou o mocinho, tão pouco o bandido, sou aquele que aceitou a essência de sua índole pecaminosa.
Sem confissões, às escondidas, seguindo pela sombra vou construindo minha História.
Mas não venha com esse dedo imundo apontar-me algo, não pedi seu Parecer, não necessito de sua absolvição.
Talvez goste da Condenação, principalmente se essa levar-me a perdição que me fizestes aqui chegar.
Eu sei onde tudo isso vai acabar, você também sabe, molhados de suor sobrepondo-se ao outro, na plena entrega aos prazeres carnais.
Então, emaranhados na perdição de estarmos vivos, transcenderemos novamente, sabendo que esse momento repetir-se-á quando menos esperarmos;
Somos iguais, e você sabe disso, tendo certeza quando se cruzam nossos olhares.
Sim, fui eu que a fiz mulher; Que a fez gozar;
Mostrando-te teu instinto feminino. Fazendo-te desconhecer a razão. Mergulhando-a na ems Aoção. “Eu não preciso da razão e, você, também não.”
Rômulo Soare Albuquerque
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“Não busques explicações para tudo; para todos os instantes da vida; para tudo o que queremos e desejamos; aprendamos a viver sem tantas cobranças impostas por nosso maior carrasco; a gente mesmo”
Rômulo Soares Albuquerque
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