sábado, 17 de abril de 2010

MEU PAI; O AMIGO DE SEMPRE! Por Rômulo Soares Albuquerque

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MEU PAI; O AMIGO DE SEMPRE! Por Rômulo Soares Albuquerque

Pai, meu Pai,

Então lembro-me de nosso mundo, parecendo que foram ontem nossas aventuras e jornadas. Detalhes que protagonizaram minha vida. Lembra-te dos blocos e canetas que eu e meu irmão, ansiosos, passávamos a semana à esperar? Das despedidas e prantos em que ficava ao vê-lo partir no domingo a tarde? Dos esconderijos que eu, em meus planos mirabolantes, encontrava para surpreendê-lo e passar mais tempo ao teu lado. Sinto o gosto daquele lanche noturno feito enquanto nossa mãe, sua esposa, estava a lecionar. Creia, pai, era o mais gostoso lanche do dia.

Entre sonhos e magia transformamos o aeroporto sobralense em palco de jogos inesquecíveis de futebol. Juntos com o "Dunguinha" fizemos de teu carro quarto seu aconchego, para percorrer os caminhos ditados pelo coração. Certo? Errado? Isso hoje não mais importa. Verdadeiramente, para nós jamais importou, pois tudo que queríamos era somente ao teu lado está. Entre camaleões, sobre caminhões, olhares curiosos, duas crianças e um pai... Sabíamos ter o melhor.

Fortaleza tornou-se real assim como meus telefonemas insanos ao DNOCS; Bolas, discos ou quaisquer apetrecho que me passasse pela cabeça... E, quando não vinhas do trabalho direto para casa o relógio tornava-se o quadro mais importante da casa.

Os anos passaram; tornamo-nos adolescentes; surgiram conflitos, mas nunca faltara o pai amável e maravilhoso de sempre;  zelando e orando pelos filhos que por vezes não compreenderam a imensidão do teu amar; peço-te perdão, pai, pelas vezes que o fiz chorar. Suplico-lhe que releves, meu único, eterno e verdadeiro amigo.

Jamais esqueças que estou e sempre estarei a pensar em ti e contigo no coração. Teu ser, amor e ensinamentos presentes estão em cada gesto, em cada palavra, em fim, em tudo que sou, em tudo que faço. Para falar da gente, Pai, uma enciclopédia seria minúscula, porém não poderia ser eu o autor, pois em lágrimas convulsivas, estou; numa mistura nostálgica de sentimentos intensos e lembranças do que não mais voltará. Foram maravilhosos e único cada momento que vivemos. Preciso de ti, Pai. Preciso do teu ouvir; necessito de teus conselhos; de tua sabedoria, mostrando com razão e muito amor os caminhos que tenho a percorrer.

Sofro, ao pensar que um dia, ao acordar posso aqui está e não dividirmos o mesmo plano. Como queria acreditar nesse Deus que tanto crês; onde no final todos se encontram e são felizes para sempre. Eu te amo, meu pai; és e será sempre minha referência. Não consigo mais escrever, somente dizer que te amo e para sempre o amarei.

"Poucas linhas; mas tenham certeza que fora um dos textos mais difíceis que já escrevi. Cenas feito relâmpagos, flashes, foram constantes. Era difícil escrever com a quantidade de lágrimas insistindo a brotar incessantemente. No fundo, quis, naquele momento que os momentos aqui descritos e um milhão de outros voltassem... Encontrei reais dificuldades em escrevê-lo, pois somente eu, que tive e tenho Raimundo Nonato Albuquerque como pai, sei o quão maravilhoso é. O que existe entre nós, meu pai e eu, é uma das coisas que existe de melhor em mim."

               Rômulo Soares Albuquerque

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